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TRAIÇÃO: A carne que é fraca?

Quem trai realmente ama? E quem perdoa, consegue esquecer? Leia e tire suas conclusões

TRAIÇÃO: A carne que é fraca?

A frase “a carne é fraca” costuma ser usada como justificativa por quem diz que não consegue resistir à tentação de trair o parceiro ou a parceira. Mas, por trás dessa desculpa, há muito mais questões quando se trata de infidelidade conjugal. A traição é uma ferida que continua a sangrar em silêncio dentro de lares, casamentos e corações. Quando alguém trai, é comum ouvir a justificativa: “A carne é fraca”. Mas será mesmo apenas uma fraqueza momentânea, ou estamos diante de uma falha de caráter? Vivemos tempos em que os vínculos se tornaram frágeis e o desejo de “viver o momento” parece prevalecer sobre o compromisso. As tentações são acessíveis, rápidas e discretas. Mesmo assim, trair é uma escolha e toda escolha revela valores. Ou a ausência deles. Na era das conexões instantâneas e dos relacionamentos líquidos, manter vínculos profundos e duradouros se tornou um desafio. As tentações estão por todos os lados e com um clique, é possível apagar limites que antes pareciam intransponíveis. Ainda assim, trair continua sendo uma escolha, e não um acidente inevitável. A alegação de que a carne é fraca serve, muitas vezes, como escudo para evitar encarar uma verdade mais dura: o caráter é que foi posto à prova e falhou.“Não se trata de impulso, mas de decisão. Mesmo o impulso precisa de permissão interna para se transformar em ação. É verdade que todos estão suscetíveis a erros. Mas assumir o erro é diferente de normalizá-lo. Quando a sociedade começa a tratar a traição como algo inevitável ou até “compreensível”, abre-se espaço para o enfraquecimento de compromissos, promessas e da confiança que é a base de qualquer relação. Do outro lado da história, estão os traídos: pessoas que, muitas vezes, se culpam, se questionam e carregam marcas profundas. Para elas, não importa se foi fraqueza ou falta de caráter, o resultado é dor. A traição fere, desestabiliza, corrói. E embora o perdão seja possível, as marcas muitas

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO PROBLEMA

Vingança, tentativa inadequada de chamar a atenção, curiosidade ou problemas conjugais são alguns argumentos que uma pessoa usa para trair. Apesar de os motivos serem diferentes, segundo a psicóloga Veruska Ghendov, a raiz é a mesma: o descontrole emocional, o qual leva a pessoa a uma fuga. Assim, em vez de resolver suas dificuldades, a pessoa prefere buscar alguém para se distrair das questões pendentes. “As pessoas não foram treinadas a assumir as consequências de suas ações e, por esse motivo, vivem fugindo das realidades que criam. Além disso, as pessoas tentam projetar suas ações por meio da atitude do outro, transferindo uma culpa que, na verdade, é de quem tomou a decisão errada”, analisa.

FILHOS ADOECIDOS

E se engana quem pensa que as consequências de uma infidelidade se resumem apenas à separação. Veruska explica que muitos problemas ocorrem quando um casal passa por essa situação e que, quando há filhos, os problemas aumentam: “Os filhos adoecem emocionalmente pela pressão da situação e pelas sequelas de todo o processo. O número de filhos que apresentam quadros de depressão aguda é alto”.

O LADO ESPIRITUAL

Com base em sua experiência trabalhando na restauração de casais, há mais de 30 anos, o Bispo Renato Cardoso, explica que a traição é um comportamento que “faz parte da natureza humana, que pede pelos desejos da carne, pela infidelidade, pela atenção, etc. Aliado a isso há ainda o fator espiritual, já que o diabo promove tudo isso para destruir casamentos e famílias”. Por isso, é tão comum ouvir relatos de pessoas com condutas ilibadas em outras áreas da vida, mas que, em algum momento, cederam a esse comportamento e não conseguem explicar o motivo. “Essa falta de compreensão sugere que a traição não é apenas uma questão moral, mas também um fenômeno de natureza espiritual”, destaca o Bispo. E, ao contrário do que muitos pensam, o adultério começa com olhares e pensamentos de cobiça. “Segundo os ensinamentos de Jesus, o adultério não começa na cama, mas, sim, no coração e na mente. Assim, permitir- se fantasias e pensamentos de traição já é um passo rumo ao ato em si”, diz o Bispo.

RECOMEÇAR É POSSÍVEL

Para Veruska, é importante entender que não existe mágica, afinal, problemas de relacionamento têm raízes que precisam ser tratadas. Para evitar a infidelidade ou reparar um erro, segundo ela, é necessário ter autoconhecimento. “Precisamos entender as emoções que apresentamos, os sintomas emocionais frente às dificuldades que possam acontecer e desenvolver ferramentas de inteligência emocional para enfrentamento e não para a fuga dos problemas”, orienta. Depois que uma traição ocorre, independentemente de o casal resolver continuar ou não junto, o Bispo Renato enfatiza que a verdadeira mudança só ocorre quando o coração humano é transformado por Deus em um novo coração. “Busque ajuda emocional e espiritual, trabalhe primeiro em si mesmo antes de tentar restaurar o relacionamento, aprenda a perdoar, mesmo que não continue com a pessoa, e, por fim, invista no seu crescimento emocional e espiritual”,conclui.

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  • Redação