Agenda Semanal | - 2:16 pm
Consumo tem aumentado. E problemas também.
Crianças que têm mais de uma hora diária de acesso a telas desenvolvem problemas de comportamento e emocionais. A conclusão foi obtida por um estudo que monitorou 699 crianças durante cinco anos.
A pesquisa foi conduzida pela cientista social Janette Niiranen, do Instituto Finlandês de Saúde e Bem-estar em Helsinque (Finlândia). De acordo com os resultados, entre 2013 e 2017 aumentou mais de 300% o tempo que crianças com até cinco anos de idade passam utilizando televisores, computadores, smartphones e tablets.
“Nossos resultados mostram que crianças de 5 anos passam muito mais tempo na mídia eletrônica do que o recomendado pelos profissionais”, revela Niiranen. “Embora os padrões de uso de mídia eletrônica por crianças possam não parecer problemáticos quando se considera o uso diário, eles apresentam riscos a longo prazo”.
Niiranen aponta que, aos 18 meses de idade, crianças passam, em média, 32 minutos por dia assistindo à televisão. Aos cinco anos de idade, porém, essa quantidade aumenta para 114 minutos.
O cientista relata ainda que 25% das crianças de um ano e meio de idade passam mais de uma hora
por dia em frente às telas. Mas, aos cinco anos, mais de 95% das crianças fazem o mesmo.
A soma desse tempo todo gasto em telas, desde os primeiros meses de vida até a idade escolar, eleva o risco de hiperatividade. Ademais, aumenta o risco de dificuldades de atenção e concentração, impulsividade e outros problemas emocionais e comportamentais.
Esses dispositivos estão reduzindo o tempo que as crianças passam lendo, brincando e interagindo
com a família e outras crianças. Assim, têm dificuldade não apenas no comportamento, como no aprendizado e até mesmo na conexão com outras crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta aos pais que crianças não devem usar telas até terem, pelo menos, dois anos de idade. Mas, não é isso o que acontece.
Pais deixam as crianças se distraírem assistindo vídeos, jogando ou mesmo navegando na internet, independentemente da idade.
“Hoje em dia é fácil demais para uma criança ou jovem acessar a Internet. Fico pasmo, às vezes, com a maneira como alguns pais deixam seus filhos totalmente livres com telefones, iPods, computadores etc. sem supervisão”, relata o Bispo Renato Cardoso.
De acordo com ele, é responsabilidade dos pais não apenas supervisionarem o conteúdo acessado na internet, mas também limitar o tempo a que eles têm acesso a telas. Isso porque os pais são os responsáveis por cuidarem da saúde e do desenvolvimento de seus filhos.
“Nós somos responsáveis por proteger os nossos filhos do mal deste mundo”, explica o Bispo. “Não podemos fazer isso 100% do tempo, pois é impossível. Mas, o possível, temos que fazer.
Eu já tive que tirar o celular do meu filho adolescente por uso indevido. Uma das maiores responsabilidades dos pais é impor limites, pois crianças e adolescentes não têm nenhum senso disso”.
Por isso, pais devem estar atentos ao tempo que seus filhos gastam em frente às telas. Talvez não seja fácil mudar o comportamento já adquirido, mas é importante. Isso porque excesso de tela pode fazer com que crianças apresentem até mesmo sinais de autismo.
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