Agenda Semanal | - 8:00 am
Entenda o poder destrutivo da ganância na sua vida.
Você já deve ter ouvido falar que o “deus” deste mundo é o dinheiro. Isso porque, por meio dele, é possível realizar conquistas materiais, adquirir plano de saúde, pagar boas escolas e universidades, morar em uma linda mansão, ter o carro do ano e por aí vai. Só que ao fazer desse pedaço de papel o centro de sua vida muitas pessoas se perdem e deixam para trás valores, princípios e, sobretudo, a fé.
O problema não é ser rico. A questão é que para conseguir chegar aonde quer há quem deixe a ambição virar ganância. E isso faz mal para quem passa a ser assim. “A ganância é um sentimento de desejo exagerado por tudo o que se quer possuir e que extrapola os limites da ética. É um pensamento extremamente individualista e egoísta de quem quer conquistar o que deseja custe o que custar”, explica Flávio Marini, estrategista de inteligência emocional positiva.
A ambição, que muitas vezes é interpretada de forma errada e negativa, é o desejo positivo de obter conquistas por meio do trabalho, da dedicação e, principalmente, da vontade de ser melhor, sem prejudicar ninguém.
Lurdinha Machado, coach especialista em liderança, RH e programação neurolinguística, observa que para alcançar objetivos é preciso ser uma pessoa ambiciosa. “A ambição faz com que o cansaço e a preguiça sejam ignorados.Ela traz autoconfiança, dá coragem, aumenta a autoestima e ensina algo a cada dificuldade enfrentada. A pessoa tem resiliência.”
Entretanto a especialista ressalta que é preciso ter equilíbrio. “A ambição exagerada pode se transformar nessa ganância que estamos falando. A ganância cega, faz com que o indivíduo perca seus valores e pise em outras pessoas. Ela faz até mesmo com que as leis de um país sejam ignoradas e causa a destruição da natureza.”
É importante ressaltar que a ganância não tem vínculo apenas com o dinheiro, mas com status e poder. A empresária Cristiane Shizue Tomita, por exemplo, cresceu em um lar próspero e diz que sua vida sempre foi dirigida pelo dinheiro e pela ânsia de ter status na sociedade. “Me formei em Economia no Brasil, fiz um MBA em tecnologia nos Estados Unidos e fui contratada por um dos maiores grupos privados do País. Tudo sempre girou em torno do que eu tinha, de onde trabalhava e do lugar em que morava. Meu objetivo era sempre ganhar dinheiro e ter boa posição. Eu sempre queria mais.”
Só que, apesar de ter muito conforto, o luxo não preenchia o vazio que ela tinha. “Nessa época eu me rendi ao brilho do mundo: muitas festas, muita bebida, muitos homens solteiros e casados e drogas. Mas eu tinha um vazio que era horrível, isso me dava insônia e, por isso, me viciei em medicações para dormir”, lembra.
Por causa do dinheiro, a família de Cristiane viveu muitos conflitos. “Brigávamos por conta da empresa da família. Em 2013, conheci meu ex-marido. Alguns anos depois, a empresa entrou em falência e sofri um aborto involuntário. Olhava para o lado e não via ninguém para me ajudar. Foi desesperador”, acrescenta.
Uma funcionária de sua empresa a convidou para assistir a uma palestra que a ajudaria a vencer aquela situação difícil. “Não sabia nada sobre Deus e decidi ir por curiosidade. Esse fato despertou em mim a necessidade de mudar. Lembro que no primeiro dia entendi que só pensar em ter status não traz felicidade e corrompe o homem”, observa.
Desde então, a prioridade de Cristiane mudou totalmente. “Hoje não machuco mais as pessoas por conta da ganância e o dinheiro não dita mais minha vida. Não sirvo mais às minhas finanças, elas que me servem. A entrega total a Deus é que me dá a garantia da vitória.”
Infelizmente, muitas pessoas se perdem na fé quando o assunto é dinheiro. São muitos que buscam primeiro conquistas financeiras para depois pensar no relacionamento com Deus. A empresária Jane Moraes é um exemplo disso. Ela tinha uma vida ativa dentro da igreja. Depois de vencer três tumores e uma depressão, se dizia muito grata a Deus. Mas essa gratidão teve fim quando ela enriqueceu. “Por meio da fé recebi a direção de abrir minha empresa. Passei a lucrar muito e tudo isso fez com que eu diminuísse a frequência que ia às palestras.”
As pessoas com as quais convivia a chamavam de fanática e aquilo entrou em seu coração. “Passei a pensar nisso e dei toda honra e glória a mim mesma pelas conquistas. Parei de dizimar, de ofertar e, aos poucos, deixei de ir à igreja. Deus se tornou só uma lembrança.”
Não demorou muito para que ela visse a consequência de sua atitude gananciosa. “Perdi tudo que conquistei! Adquiri dívidas de mais de US$300 mil. Isso sem falar que meus filhos abandonaram a fé e se envolveram com drogas e prostituição.”
Punição? Não. Ela conta que o que viveu foi com a permissão de Deus para que ela entendesse que sem Ele não conseguiria nada. “A ganância pelo dinheiro me cegou. Mas, no fundo do poço, com síndrome do pânico, medo de ser morta pelos agiotas, morando de favor e sem ter o que comer, me lembrei de quando havia buscado na fé ajuda para vencer o câncer e a depressão que tive.”
A empresária decidiu deixar de lado o orgulho. “Pedi perdão a Deus e mais uma chance. Ele viu minha sinceridade e consegui recomeçar. Primeiro, recebi o batismo com o Espírito Santo e, aos poucos, retomei minha vida de forma diferente. Voltei a trabalhar e consegui abrir uma nova empresa. Hoje já tenho cinco filiais. O que aprendi de mais importante com tudo isso é que não devemos nunca colocar o dinheiro acima dEle.”
Quando Jesus disse ao jovem rico que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mateus 19.24), Ele não quis dizer que pessoas prósperas não têm direito à Salvação. São as gananciosas que entram nessa lista. Porque, para elas, o dinheiro, o poder e o status são as coisas mais importantes do mundo.
É preciso rever comportamentos e, se você identificar atitudes gananciosas em sua conduta, não hesite em buscar ajuda para mudar. Lembre do que está descrito em Provérbios 16.18: “A soberba precede à ruína; e o orgulho, à queda”. O dinheiro pode proporcionar momentos prazerosos, mas a real felicidade vem, e sempre virá, do Alto.
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