Agenda Semanal | - 10:02 am
Fotos e vídeos que parecem inocentes para alguns prejudicam a saúde física e mental de crianças e adolescentes.
Rede social não é lugar para criança. Apesar da frase verdadeira, ela tem feito pouco efeito atualmente. Isso porque, com cada vez menos idade, a criança não só tem tido acesso ao ambiente digital como tem sido estimulada pelos próprios pais a se tornar produtora de conteúdo. Quantos vídeos “engraçadinhos” de crianças estão expostos na internet? Os pequenos estão crescendo não só em frente às telas, mas também diante das câmeras.
Essa onda é considerada recente e, portanto, as consequências ainda não são completamente mensuráveis. A psicóloga comportamental Cinthia Santos aponta alguns possíveis impactos dessa superexposição a longo prazo: “a dependência do posicionamento ou da opinião do outro sobre si é um deles. Frente a esta realidade, imaginem o quão vulneráveis podem se tornar as crianças. Eu diria que, corriqueiramente, as que são expostas passeiam em uma montanha-russa: em frações de segundos saem da condição do elogio para a condição das críticas severas. Um contexto em que é difícil sustentar um equilíbrio emocional”.
Se já é difícil para um adulto lidar com haters (pessoas que se dedicam a ofenderem outras pela internet) e o julgamento daqueles que têm prazer em destilar ódio e comentários negativos, imagine para uma criança. Será que ela é capaz de digerir essa enxurrada de informações desfavoráveis de forma saudável? Para Cinthia, a resposta é não. “Qual a probabilidade de uma criança saber elaborar ou ressignificar um comentário negativo? As crianças carregam mais fragilidades emocionais e precisam de respaldo dos pais.
A distância do real pode sim desenvolver um comportamento de alienação. Quanto mais longe do mundo como de fato ele é, menos recurso para perceber, enfrentar ou combater o inesperado a criança terá. Ela desenvolverá facilmente algum tipo de transtorno psíquico”, enfatiza.
Talvez os leitores não se identifiquem como pais que incentivam o filho a ser um influencer mirim – quase uma profissão da moda –, mas expõem os filhos a riscos, mesmo de forma inconsciente. Dependendo do conteúdo compartilhado, podem ser gerados traumas e despertados sentimentos ruins em quem foi exposto. “Em uma família exibicionista ou sem criticidade, é possível que a criança se sinta constrangida ou mesmo tímida, solitária e até reclusa ao ver as postagens dos pais”, diz Cinthia.
Falar não para a criança, monitorar o que ela faz on-line e estar atento às suas interações via internet, aparentemente, são atitudes fora de moda, mas continuam sendo essenciais. Você deixaria uma criança em uma rua movimentada exposta a todos os tipos de violência, como xingamentos e abusos?
Provavelmente sua resposta seja não, mas, nesse momento, milhões de crianças estão expostas a esses riscos em razão do conteúdo postado na internet, com o agravante de se depararem com criminosos que se escondem facilmente atrás de uma tela.
Conheça, no infográfico, os riscos que a criança corre ao atuar livremente on-line e saiba como os pais podem protegê-las.
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