Agenda Semanal | - 5:07 pm
Entre dicas reais e testes da internet, muitos acabam se auto diagnosticando. Conheça os perigos por trás desse comportamento
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem ganhado cada vez mais espaço nas redes sociais e plataformas digitais. Vídeos curtos com listas de “sintomas”, influenciadores relatando seus diagnósticos e testes rápidos online se multiplicam. Mas será que essa avalanche de informação está ajudando ou confundindo quem realmente precisa de apoio? Diversos vídeos nas redes sociais, como Instagram e TikTok, divulgam informações sobre o que seriam os sintomas de problemas como o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Porém, trata-se de dados imprecisos, que acabam influenciando milhares de pessoas. Com mais de 2 bilhões de visualizações na hashtag #TDAH apenas no TikTok, o transtorno se tornou tema recorrente em discussões online. Muitas pessoas se identificam com sintomas como distração, impulsividade ou dificuldade de manter o foco, comuns também em situações de estresse ou excesso de estímulos digitais. Psicólogos alertam que a internet pode ser uma porta de entrada para o autoconhecimento, mas testes online não substituem uma avaliação profissional. O TDAH é um transtorno complexo, e o diagnóstico deve considerar histórico pessoal, escolar, comportamental e neuropsicológico. Diante deste cenário, especialistas alertam que, se basear apenas nas informações que encontra nas redes sociais, a pessoa pode, facilmente, acreditar que possui os transtornos. E isso pode resultar em muito mais ansiedade e o perigo de se automedicar ou procurar tratamentos ineficazes. E afinal, como surge o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade? O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que foi observada pela primeira vez em 1902 por um pediatra inglês. Pessoas com TDAH têm dificuldade de iniciar atividades que não oferecem recompensa imediata e de desempenhá-las por um período longo, sobretudo quando não sentem interesse por elas. Ou seja, o portador do transtorno precisa que o prazer de fazer algo surja rapidamente. Segundo o Ministério da Saúde, hoje o TDAH atinge cerca de 2 milhões de brasileiros. Mas, mesmo com cada vez mais pessoas sendo diagnosticadas, muitas crianças e adolescentes crescem sem tratamento adequado, o que as leva à difícil tarefa de conviver com o TDAH na vida adulta. E o pior é que muitos adultos sofrem com os sintomas sem saberem que são portadores do transtorno. Quando se conhece o diagnóstico, é possível desenvolver ferramentas e hábitos que auxiliam na convivência com o TDAH. Quanto mais cedo se chegar ao diagnóstico, melhor será o modo de lidar com a situação. A revista científica The Lancet Psychiatry publicou o maior estudo sobre TDAH com imagens cerebrais já realizado no mundo. Coordenado pela psiquiatra Martine Hoogman, ele contou com a participação de 83 especialistas do mundo inteiro. Os cientistas coletaram ressonâncias magnéticas de 3.242 pessoas, sendo 1.713 com TDAH. Esses exames foram feitos em pessoas com idade entre quatro e 63 anos. Os resultados mostraram que, em comparação a pessoas sem TDAH, os portadores do transtorno têm diferenças cerebrais significativas, especialmente durante a infância e a adolescência. Por exemplo: estruturas como a amígdala cerebral, o núcleo accumbens (conhecido como “centro do prazer”) e o hipocampo, responsáveis pela regulação das emoções, da motivação e do chamado sistema de recompensa, são menores nos pacientes com TDAH. Esses aspectos estão diretamente ligados às diferenças comportamentais. A neuropsicóloga Beatriz Mello explica que existe um número crescente de estudos sobre o TDAH, mas a neurobiologia do transtorno ainda não está totalmente esclarecida. Sabe-se que o TDAH atua, especialmente, nas áreas do cérebro ligadas à atenção, à impulsividade e ao comportamento hiperativo, o que faz com que o portador do transtorno não tenha total controle de seus atos.
SINTOMAS
Os sintomas do TDAH variam de pessoa para pessoa, mas costumam se dividir em três grupos principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Alguns têm mais sintomas de desatenção, outros mais de hiperatividade e impulsividade, e há também quem tenha os três tipos combinados.
O QUE FAZER
Antes de se rotular, procure orientação. A internet pode informar, mas só um profissional pode diagnosticar. Testes online ajudam a refletir, mas não substituem avaliação clínica. Evite conclusões precipitadas cuide da sua saúde com responsabilidade.LEMBRE-SE Aquilo que consumimos molda o que pensamos, sentimos e até como vivemos. Por isso, é essencial filtrar o conteúdo que nos cerca, especialmente nas redes sociais. Muitas vezes, nós perdemos horas diante das telas, sem notar que estamos deixando de lado o que realmente importa, em detrimento das nossas relações pessoais e até mesmo da nossa comunhão com Deus.
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